Poema - A noite bateu e vergou me a consciência
Uma longa chuva me encharcou certa vez
Desde a sucinta memória, jamais cessou outro dia
Um passado revira minha cabeça todos os dias
Odeio esses velhos sentimentos
Mas tomam tanto palco em minha vida
Marcantes eventos
Me lembro de cada um desses instantes
Por que estou tão mal ?
Tomei a pior versão que havia em mim e me fiz nisso
Não lembro se fui humano
Alguém já se livrou disso ? Se virou com isso ?
Eu te odeio por me culpar
Odiei você lá
E ainda hoje não sei disfarçar
E isso nunca mudará
Você marcou minha pele e fudeu profundo minha alma
Sinto não sustentar mais minhas falas
Você me moldou desse jeito
E Odeio todos os seus efeitos
Estou quebrado e, agora só sou inteiro descartável
Uma consciência em vácuo
Queria relembrar o sabor de um verão saudável
Minhas melhores férias
Uma tarde terna
Por que sempre apaga minhas frágeis memórias ?
Trancou me nesta casca e te detesto, mesmo depois de grande
Ainda te detesto
Não me aqueci de bons sentimentos, mas fizeste o melhor para afundar os restantes sobreviventes
Não estou bem
Estou Exausto
Quero tanto desabar
Mas não me ensinaram a desabafar
Fugir do mundo vivo
Quem poderia lhe escutar ?!
Pegue sua caneta e continue a desenhar
Esconderei sua voz longe de mim
E espero nunca mais te ver novamente
O desespero do animal maltratado, eu entendo perfeitamente
E não vejo porquê lutar por esta vida, só estou sendo sincero
Não sei como acabará
Mas farei o meu melhor, assim será
Mesmo a chuva sem fim, uma hora cessará
Mesmo suas caídas penumbras e minhas redundantes angústias
Só mais uma neblina que me cobre com efeito, espero que se perca em nevoeiro
Estou ciente do que todos sabem
E viverei com isso escrito em minha pele
Sou um reles bastardo, mas manterei meu afeto