Os galhos secos da alma
O pomar da existência não nega frutos,
Uns doces, outros amargos,
Mas produz muitos galhos
Secos
Na alma da gente.
São galhos pontiagudos que ferem,
Não somente a nós mesmos,
Mas também a outros que estão próximos,
Bem próximos,
Seja física ou sentimentalmente.
Quando os sentimentos, colidentes,
Queimam em brasas esses secos galhos,
Faz incendiar no coração
Um desespero incontido, doído,
E, magro e descarnado, delinquido pela tristeza,
Esse mesmo coração martiriza nos pensamentos
As desventuras do amor, da fraqueza e da culpa.