Quarar dos Sentidos

É tênue o espaço

que separa dois pares de olhos

que se entrelaçam em dor...

 

É tênue o tempo... que passa...

é triste o silêncio

que o poeta sugere

em sua despedida.

 

Há carcalhos entre as folhas

que descem a água do rio

e se encaixam

na malha de fios tecido

sobre as pedras afiadas

dessa flor-espinheira...

 

Mas, há o calor de uma emoção

que não calou o peito.

Que se fez sol de paixão

à quarar sentimentos.

 

Como as roupas deitadas nas pedras

quentes e molhadas do rio.

Se deixam cozinhar em fogo

para a translucidez dos fios,

para a beleza pura

de uma pedra lapidada

por mãos de cinzel

de um poeta ancestral

de velho carpinteiro de palavras.