O CÃO DA ESTRADA

 

Numa certa tarde, quando voltava de uma pescaria,

dirigindo devagar, ví um vulto ao lado da rodovia,

parei, e sem saber, fui uma tristeza encontrar.

Tremí, suspirei fundo, vendo o cadáver de um cão,

com o corpo todo quebrado, estendido no chão,

como gosto de animais, tive vontade de chorar...

 

Com o corpo ainda quente, a pouco tinha morrido,

pensei, por outros bichos em breve será comido,

incrivel, invadiu minha alma estranha loucura.

Pobre cão, mesmo não sabendo de quem ele era,

joguei sobre seu corpo, as flores da primavera,

muito triste, resolvi  ali cavar a ele uma sepultura.

 

Enquanto cavava, cabeça baixa, pensando comigo,

isso e tudo que posso te fazer, cãozinho amigo,

embora sabendo ,que não mais pode ver a luz.

Infelizmente, de ve lo vivo, não tive essa sorte,

choro, por encontra lo após sua triste morte,

e finquei em seu jazigo,um galho e uma cruz.

 

Custou um tempo, mas não o deixei no abandono,

e tempos depois, fui visita lo, já era outono,

parei alí, e triste fui ver o túmulo do amiguinho.

Surpreso.A natureza, compartilhando minhas dores,

cobriu o seu jazigo, com as mais belas flores,

deixei em  cima essa poesia, completando meu carinho.

 

GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 15/08/2023
Código do texto: T7862391
Classificação de conteúdo: seguro