NO SAL DO PRANTO

 

 

Não há como fingir essa tristeza

em belezas de fantasias pueris...

Pois cores fortes  tingiram esse pranto,

e o desencanto necessita ficar nu...

 

É preciso que transborde por inteiro

em versos que não ouso impedir...

e desbotem de vez todos os sonhos,

que imponho pra essa minha solidão.

 

Que se tornem brancos meus anseios...

Despertados pela palidez do espanto,

e no sal do pranto eu purifique a mágoa

que deságua e inunda tudo em mim...

 

Partirei bem só, mas já desperta...

Liberta enfim pra vôos bem distantes.

Eterna errante à procura de respostas.

costas marcadas, mas, olhos radiantes...

 

Zélia Nicolodi
Enviado por Zélia Nicolodi em 20/12/2007
Código do texto: T785554
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