NO SAL DO PRANTO
Não há como fingir essa tristeza
em belezas de fantasias pueris...
Pois cores fortes tingiram esse pranto,
e o desencanto necessita ficar nu...
É preciso que transborde por inteiro
em versos que não ouso impedir...
e desbotem de vez todos os sonhos,
que imponho pra essa minha solidão.
Que se tornem brancos meus anseios...
Despertados pela palidez do espanto,
e no sal do pranto eu purifique a mágoa
que deságua e inunda tudo em mim...
Partirei bem só, mas já desperta...
Liberta enfim pra vôos bem distantes.
Eterna errante à procura de respostas.
costas marcadas, mas, olhos radiantes...