MINHA ÚLTIMA POESIA
Fui a força, de minha casa retirado,
e para lá, onde estou sendo levado,
um triste hospital, de doentes mentais.
Contar em poema?Acho que não devo,
se já nem sei, sobre o que escrevo,
a última poesia, no mundo do mortais.
Chorei, quando fizeram minha captura,
foi em vão, pois nessa minha loucura
ninguem , nem eu, pode compreender.
Olhando para trás, quando sai amarrado,
além das cordas, me prendia o passado,
e isso, para eles, não consegui dizer.
Vou para lá, para o inferno dos hospitais
e choro, em minha casa não voltarei mais,
dizendo adeus, acenei para a choupana.
Com ninguem, posso dividir essa dor,
que começou com a perca de um amor,
quando me deixou, sozinho na cabana.
Hoje, aqui,como uma fera enjaulada,
da vida, já não espero por mais nada,
magro, triste, e aceitando essa derrota.
Sei, não mereço,não devia ter nascido,
mas em breve, calará esse meu gemido,
a chance de uma cura, e muito remota.
Tudo isso aos poucos vai se acabando,
e ninguem, estará por mim chorando,
aguardo inpaciente ,pelo meu fim.
Irei para onde já foram os meus pais,
quem mê lê agora, não me lerá mais,
morrerá, a última flor desse jardim.