MINHA ÚLTIMA POESIA

 

Fui a força, de minha casa retirado,

e para lá, onde estou sendo levado,

um triste hospital, de doentes mentais.

Contar  em poema?Acho que não devo,

se já nem sei, sobre o que escrevo,

a última poesia, no mundo do mortais.

 

Chorei, quando fizeram minha captura,

foi em vão, pois nessa minha loucura

ninguem , nem eu, pode compreender.

Olhando para trás, quando sai amarrado,

além das cordas, me prendia o passado,

e isso, para eles, não consegui dizer.

 

Vou para lá, para o inferno dos hospitais

e choro, em minha casa não voltarei mais,

dizendo adeus, acenei para a choupana.

Com ninguem, posso dividir essa dor,

que começou com a perca de um amor,

quando me deixou, sozinho na cabana.

 

Hoje, aqui,como uma fera enjaulada,

da vida, já não espero por mais nada,

magro, triste, e aceitando essa derrota.

Sei, não mereço,não devia ter nascido,

mas em breve, calará esse meu gemido,

a chance de uma cura, e muito remota.

 

Tudo isso aos poucos vai se acabando,

e ninguem, estará por mim chorando,

aguardo inpaciente ,pelo meu fim.

Irei para onde já foram os meus pais,

quem mê lê agora, não me lerá mais,

morrerá, a última flor desse jardim.

 

 

 

GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 06/08/2023
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