Silêncio
Na poesia não cabe mais saudade
Rompeu as rimas, e extravasou...
Rolaram os silêncios pela cidade
E a dor de quem tanto amou...
E tudo fica tão pequeno
Que o tempo quase apagou
Veio a chuva, na outra noite, sereno
E toda a tristeza lavou
A face molhada ficou borrada
Maquiagem rebocada
Na dor mais que escancarada
De quem se aquietou
A vida é uma frase emoldurada
Uma aquarela retocada
Uma poesia inacabada
Um som que ninguém tocou.