INTIMIDADE
INTIMIDADE
(Ivone Carvalho)
Dói o peito, sente-se pressionado,
Vulcão prestes a explodir,
Talvez, o limite do cansaço,
Expectativa de um novo porvir.
Nesse estado, não me reconheço,
Vendo-me entre altas muradas,
Solitária, ansiando pelo apreço,
De tudo, de todos, ou de nada!
Gente sorrindo, ligeiros passos,
Eu só, buscando nova escalada,
Desviando de tropeços e percalços,
Amargo o sabor da ofensa destilada.
Retido o pranto, calaram as lágrimas,
Ferida purulenta não cicatriza.
Vão-se os dedos, os anéis, as mágoas,
Permanece o amor que sensibiliza.