INTIMIDADE

INTIMIDADE

(Ivone Carvalho)

Dói o peito, sente-se pressionado,

Vulcão prestes a explodir,

Talvez, o limite do cansaço,

Expectativa de um novo porvir.

Nesse estado, não me reconheço,

Vendo-me entre altas muradas,

Solitária, ansiando pelo apreço,

De tudo, de todos, ou de nada!

Gente sorrindo, ligeiros passos,

Eu só, buscando nova escalada,

Desviando de tropeços e percalços,

Amargo o sabor da ofensa destilada.

Retido o pranto, calaram as lágrimas,

Ferida purulenta não cicatriza.

Vão-se os dedos, os anéis, as mágoas,

Permanece o amor que sensibiliza.

IVONE CARVALHO
Enviado por IVONE CARVALHO em 19/12/2007
Código do texto: T785048