A escuridão da alma humana
Na vastidão soturna da escuridão,
Onde o mal encontra várias moradas,
Caminham os homens sem coração,
Pela vil estrada com a alma maculada.
Entre ruínas e cinzas a moral definha,
Ecoando lamentos da alma mesquinha.
Sem leis, sem redenção, o mal impera
Pelos desertos onde o ódio se esmera.
Pelos ermos pálidos e tão desolados,
Ecos de crueldade assombram o ar,
Onde seres perdidos e degenerados
Plantam assassinatos e caos sem cessar.
Tantos olhos vazios, almas corrompidas,
Pelos abismos da perversidade se guiam;
Sem redenção, sem trégua concedida,
Com uma fome pela maldade caminham.
O sangue inocente encharca o vasto solo infértil,
Como tinta negra num retrato de guerra e horror;
As mãos da Perversidade, de forma vil e hostil,
Tecem tragédias e túmulos, sem nenhum pudor.
Nas longínquas planícies áridas e sombrias,
O Mal cavalga pelos rios e vales com riso insano,
E nas frestas da alma espalham forcas e agonias,
Ecoando gemidos como o uivo profano de um piano.
O sopro da morte dentro de um suspiro sem dó,
E as folhas da vida fenecem e se esfarelam em pó.
Cada passo dado é um mergulho ao desconhecido,
Onde a Treva gera crimes e o espírito é pássaro ferido.
E os homens, feito demônios, sem freios ou temor,
Lançam, pelos campos, corpos mortos em desova;
E sem olhar para trás, sem piedade ou dor ou amor,
Seguem cegos de fé e sangue rumo à própria cova.