Orvalho de Lágrimas - André Espínola

A janela aberta

L i

b e r

t a

A

bri

sa

Que traz sentimentos escondidos,

Sufocados como um brado

De lugares mais longínquos.

Viaja pelas colinas,

Mergulha fundo em rios

E chega como chega um navio

Há muito perdido

Num porto amigo.

E faz frio.

Como se nessa noite chovesse,

Mas o céu sem nuvem

Parece junto aos prédios

Estar bebendo e sorrindo.

Faz frio,

Não da noite quente

Que se espalha pela cidade recifense.

Mas o frio

Do orvalho das tuas lágrimas

Que entram pela janela

E me abraçam dormindo.

Autores do Nossarte
Enviado por Autores do Nossarte em 18/12/2007
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