Pássaro do Absurdo
Este pássaro preto
que se chama solidão,
vive a me atazanar.
O encaminhado do diabo,
em formato alado, paira
os ares, sobre minha cabeça,
querendo diversão.
Já não me basta
a cólera, a sofreguidão; este maldito
estorvo, ainda bica meu coração.
Seu grito de tormenta, deliberado:
"amouuuuuuur, je veuuuuux voootre cœuuuur".
Meu coração, não tens não, desgraçado.
Uma desalmada, outrora já roubara,
minha alma e minha compreensão.
Agora, eu deixo; deixo levar meus olhos,
para que esta lágrima amarga, não volte
a escarnecer meu olho com vermelhidão.