Desabafar Poético VI
Que coração tolo
Que não ouves a razão
E embriagado choras
Por teu desdém...
E não entende
Que esses sentimentos só o corroem
E destroem aos poucos...
Sentimento que um dia há de me matar!
Mas não entendo coração
Por que és tão insano?
E tu meu Anjo, por que tão insensato?
Que me deitas em teu colo
E logo, me deixas a falar sozinha
Em ais que aspiram por teu amor...
Por que meu Deus, Por que comigo isso fizeste,
Prendera-me em pensamento
Um que nunca há de me amar!
Me diz por que jogas tua ira em meu coração!
E eu o amo tanto!
Que minha decência se perde
Junto a minha sensatez...
Que aos olhos brilhava junto à tez
Enquanto orvalhava e sonhava!
E meus lábios que secos já estão
De tantos beijos que ansiara...
Mas nada que minha sede saciara!
E agora ficam murchos em solidão!
E ai meu coração!
Meus delírios de febre intensa
Que anoite e ao pranto relembram
Daquele que faz meu seio palpitar!
Mas que dor que desatina e me emudece!
Não me deixa falar o que tanto sinto
E logo ao teu desdém empalidece
Perdido no breu da solidão do labirinto.