Ophel em desespero

Não mais jardim há no coração.

Retificado no arvorecer de espinhos,

sofrimento nas lascas da pele,

um mártir sem pães e vinhos.

Cruz e injustiça dolorosa

dum aborto saturnino ceifado, 

uma era de gradual maturidade;

Este é o percurso de Ophel.

Nasceu sem o efe de funesto,

mas bebedouro da tormenta

um fel amargo da boca bebe.

Diabo do céu e anjo do inferno,

sua missão é resistência:

queimar aqueles imbuídos 

louvadores da clemência.

Orador das almas distantes,

quer morrer por um motivo,

benzer almas tão errantes

quiçá morrer jovialmente vivo.

Reirazinho
Enviado por Reirazinho em 29/06/2023
Código do texto: T7825352
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