Meu cantar triste
O meu cantar é triste feito uma elegia
O meu viver é penoso feito taça cheia de fel.
Sofro calado a dor da privação de um amor.
Ó, orbe de danação! Terra de misérias.
Lamento a má sorte deste corpo nauseabundo.
Meu querer se mostra agora tão claudicante
que, sem encanto, nenhum voo ousa ensaiar
Finda a esperança, meu sonhar jaz extinto.
Mergulho em dias torturantes e noites insones,
e se o sono chega, logo me vêm os pesadelos
O dia não mais aquece, ó, alma glacial!
E a noite me inspira pavor, como máscara mortuária.
Pobres mortais com a sua vaidade intelectual
Continuem sorrindo ante as mazelas cotidianas
Seu deus contemporiza com a hipocrisia.
Meu cantar é desalento, roubaram-lhe a vida.
O meu canto triste de baixo é elegia ao mundo.
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CANTO TRISTE (Reedição)
O canto matinal dos sinos me acorda.
Não quero levantar e a luz me agarra.
Mostrando da vida a dor que não passa.
Pequei sem pensar e a alma recorda,
com culpa no peito, matando o prazer.
Se eu for à missa, o que Deus vai dizer?
Agarro-me ao canto da minha poesia,
pra mesmo triste, cantar o dia a dia.
(Jacó Filho)
Receba meu sincero agradecimento, mestre poeta. Deus o abençoe!