Transmutação
I
Espraiado num vórtex, rosto lacônico.
O fogo do ódio nos carvões esfria,
Deixando fria tristeza no lugar.
…
Flutuando, desconectado.
II
Pálidas, nuvens fazem companhia
À coruja, que contempla, sozinha,
Certos matizes de sons da floresta.
Em meio a várias, ela contempla, estuda.
Outras corujas voam pela floresta.
III
A estática do rádio confabula;
As secas folhas caem, tecem diálogo,
O céu nublado cantarola um pouco,
Toda a raiva tenta se transmutar.
Torna-se uma passageira tristeza.
IV
No céu, estrelas escrevem poesia;
No imenso flutuar, transmutação.
Os pedaços quebrados se dissolvem;
O ódio desaparece, desintegra-se.
A tristeza esvai-se aos poucos.