Transeunte
Não se preocupe seu moço,
Não é nada sobre você,
Apenas ódio de mim,
Que insiste em aparecer.
Às vezes até me pergunto,
Está por perto meu fim?
E na ressaca da raiva,
Eu sinto falta de mim.
Se afastou dos amigos,
A alegria perdeu,
Se isolou na caverna,
O que aconteceu?
Felicidade rendida,
A raiva apareceu,
Ainda a carga da culpa,
Das coisas que não escolheu.
Perdeu o brilho dos olhos,
A aura escureceu,
A alma vive perdida,
Cura e abre as feridas,
Provocadas por seu próprio "eu".
Eu quero um CID,
Invente um diagnóstico,
Chame de qualquer síndrome,
Pois quero medicação,
Desejo o Ópio na veia,
Me nego a outra opção,
Que vire um transeunte,
Entre a razão e ilusão,
E esse ódio acabe,
As culpas que se perdoem,
Para ter paz,
Na alma e no coração.