Poema da ausência
Estava sozinho naquela vida
olhando o mundo pelas frestas das janelas
observando o tempo passar diante de mim;
estava sozinho e triste naquela vida.
Desenhava, não, rabiscava cenas de minha dor
em papéis jogados ao chão pelos ventos do deserto
o frio deserto de minha existência.
Olhava qual criança perdida
escondido em sombras de um sol por testemunha
os caminhos de muitos sendo êxito e brilho
enquanto eu na penumbra vazia de meu mundo nublado.
Andava pelas ruas infestadas de gente estranha
e ninguém sequer escutava minha dor, minha angústia,
ninguém queria ajudar ao seu próximo, ninguém.
Há uma realidade infinitamente vazia
seres obscurecidos pela falta de empatia,
e eu transcendo meus versos, minha poesia,
enaltecendo minha solidão dia após dia.