Compulsão

Tudo, absolutamente tudo parece desaparecer bem diante dos meus olhos como uma estalar de dedos, tudo que vivi; senti; presenciei, tudo em um momento tão delicado de minha vida. Aquele sonho lúdico que havia há ter não passou de mais um tropeço da vida, mas senti que poderia ter sido palpável, persistir no erro, sem medo digo que persisti quando devia ter desistido e desisti quando devia ter persistido, talvez essa incerteza seja à colheita de traumas, de coisas que não tive escolha ou ciência do que estava ocorrendo, apenas vivi e lutei até não suportar mais essa cruz, fui fraco e tentei me entregar minha alma ao inferno... Tantos olhares vendo meu sangue escorrer, tantos suspiros, tanto desespero, tantas lágrimas. Certamente não entendo o porquê desse teatro, meus delírios começam a acusar falta de oxigênio, meu coração acelera cada vez mais na esperança de me manter vivo e ironicamente acelera minha morte precoce. Me "salvaram", porém ainda não entendo o porque do discurso dos psicólogos, dos psiquiatras, médicos e enfermeiros, todos tem pena no olhar e nojo no rosto, sentia o flagelo do julgamento só na respiração, muito novo para ter traumas, muito novo para tudo isso?. Uma coisa eu sei, tudo passa? Mas o ódio latente cada vez mais começa a me consumir, cada vez mais na escuridão sempre desejando me vingar a quem me trouxe espinhos e dor, para cada olhar de pena e para cada cara de nojo que me deram dou um escarro e para cada julgamento um sinal de superioridade, mas junto ao olhar de um assassino sem alma.

Mateus Zuba

Mateus Zuba
Enviado por Mateus Zuba em 27/05/2023
Reeditado em 06/11/2024
Código do texto: T7798893
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