VIAJEM

Sono leve

Roubado pelo estalo

Que rompe o silêncio

Calma que agora corre

Fugindo da alma

Largando o medo

Corpo inerte

Num súbito impulso

Vertical ao piso

Na ponta dos dedos

A luz se nega

A desafiar a escuridão

Passos surdos

Leves como algodão

Temem o chão

A sombra da noite

Faz-se menos morena

À pupila gigante

Ouvidos aguçados

Agora rastreiam

A quebra do silêncio

Susto que alerta

A paz interna

Temor de dor

Vulto oculto

Assusta a vida

Que teme a ferida

Estampido de morte

Abala os ouvidos

Leva os sentidos

A vida escorre

Do desesperado

Por entre as mãos

Adormece ao chão

Foge do corpo

A alma do morto

Terovydes
Enviado por Terovydes em 15/12/2007
Código do texto: T779473