Suicide
O ar inalado infla meus pulmões dando vida ao universo que sou, culmina meus passos ao desfiladeiro da minha mente em uma única voz, meu mundo desmorona em seu canto em cativos me afundo nesse abismo de depressão. O juiz do seu próprio mundo, o carcereiro de sua própria mente sentenciou meu próprio destino ao inferno, sem culpa, sem crime e sem defesa, açoita essa velha carapaça moribunda. Ecoa no vazio existencial a melancolia do que poderia ser um amor verdadeiro, sedento de atenção e carente por paixão tropecei na manipulação do beijo, lábios suaves como algodão doce, molhados como sorvete e doces como mel, nunca pude estar tão iludido em uma vida, nunca pude estar tão errado em alguma coisa, a triste realidade cai sobre meu pequeno eu e acaba com os resquícios de esperança que uma vez foi real. Morro a cada gole desse cálice, morro a cada ar que infla meu peito, morro sempre que perco meu tempo no vazio do passado, morro cada dia, cada segundo e a cada ano. Errado em achar que poderia mudar o mundo, mudar alguém, tolo por pintar quadros no escuro. Sempre só nesse mundo, perdido nesse cosmo penso no todo e chega à triste conclusão que viver é sofrer até deixar de existir, até voltar ao pó, essa linha tênue é como fio da vida segurando um piano sobre precipício. Busca em meio a ternura uma justificativa palpável, uma centelha que prova minha culpa, que prove que amar é errado, que sonhar é errado, que se apaixonar é o maior pecado, só queria uma justificativa de Deus nesse plano. Me assassino todos os dias quando penso em matar, morro sempre que o ódio toma conta de mim e em uma forma visceral de fúria cometo o maior crime dos sapiens, dos homens e cultura, firo minha pele, meus músculos, tendões e ossos na cegueira do meu lado animal, escorre o verniz escarlate dos meus pulsos, da minha alma.
Aquilo que me mantém vivo me mata, aquilo que transporta tuda a fonte de vida me leva à morte, não precisava ser assim, não precisava.! A trouxa ficou pesada de mais nessa jornada, não pude ver ou escutar a palavra de Deus, não pude perceber que tinha pessoas ao meu redor querendo ajudar a carregar esse fardo, meu egoísmo me levou a velejar só, minha luxúria me levou a caminhos que não gostaria de ir, droga, como não pude ver que minha depressão me levou ao mais alto grau do egoísmo, bom, cada amor perdido, cada sonho, tudo seguia para um destino fatal. Não pude evitar me tranquei e todas as batidas na porta não escutei, talvez por meu orgulho achar que não precisava de ninguém ou meu ego se achar que era melhor que eles, me fizeram sofrer, destruíram minha integridade, minha vida, como poderia simplicidade deixar pra lá?, Minha vontade era de vê-los morrendo e agonizando de dor, toc, toc, som da porta e do meu coração, toc, toc é o som do relógio da vida. Talvez não tenha entendido o contexto de tudo, na verdade só queria que tudo fosse normal, que tudo fosse simples e justo, ser amado e cuidado, talvez tenha sido e no meu mundinho de ego e orgulho não pude perceber, mas nesse surto de medo e de não aguentar mais sentir essa dor me deleite de uma lâmina em meu corpo, minha mente e minha alma, morrerei aqui mesmo, morrerei assassinado por mim mesmo, a adrenalina alivia tudo, deixa acabar mais rápido, sangro e morro como uma criança em uma trincheira, sem treinamento, sem esperança apenas mandado para morte.
Mateus Zuba