Abismo

É grande o abismo

Saído das trevas

Envolto por névoas

De um não enxergar

Maldito, martela

Paulatinamente

Continuadamente

Até nos baquear

Gigante o abismo

Que traz nós a tona

Jogando na lona

Não vou me entregar

Maldito, denota

Sucessivamente

Verdadeiramente

O ímpio pecar

Enorme o abismo

Com gosto tortura

Sufoca, perfura

Separa o juntar

Maldito, salienta

Calorosamente

Desumanamente

Todo o nosso errar

Imane o abismo

Que assim eu pari

Que assim eu gerei

Que assim eu nutri

E assim cultivei

Imenso entre nós!