O homem que calculava... lágrimas.
Durante a minha vida
me deparei com sete penas
e dessas sete penas
com dor e sofrimento consegui aprender
que calcular nossas perdas
nos ajuda a crescer
e dessas coleções notáveis
totalizam sete que agora vou lhes dizer:
SETE foi a idade que passei a saber
o que é realmente sofrer,
olhar firme nos olhos do meu pai
e ver uma lágrima descer
porquê não havia meios para nos dar o que comer
e pela primeira vez
naquele momento eu vi
cada uma das SETE portas do inferno se abrir.
SETE dias, sete meses, sete anos, sete vidas
que passamos com farinha com sal para sobreviver
e agradecíamos quando um ovo
ou qualquer coisa diferente viesse a aparecer.
SETE são os sábios da Grécia
que nunca me ensinaram como falar a uma criança
que ela não poderia participar de uma dança
por não ter uma roupa para vestir
e por isso, não poderia ir.
São SETE os céus que cobrem a o mundo,
mas nenhuma chuva
se compara aos pingos
que escorrem desse rosto murcho.
SETE são os planetas da nossa constelação
e sempre me me vêm a interrogação:
será que nos outros planetas as pessoas também negam o pão?
SETE são as maravilhas do mundo,
que são a alegria dos olhos humanos
que deixam de ser humanos
quando vê
alguém que pediu a mão... falecer
O número sete me persegue em tudo
virou até rotina.
para alguns, bela perfeição
para mim, desgraça, tristeza,
desapego a vida
e a velha sensação de solidão.