O lixo III
Como sempre, um lixo bem largado
Engraçado seria, se perto estado
Singelo ato, que não fora provocado
Ainda assim, tentação foi a vontade
Não intencional se quis o ofertado
Mas lixo como sempre é descartado
Mesmo diante da chance de reciclar
É jogada fora como as demais vezes
Lixo não tem outro destino, é lixo
Repelido antes da tragédia acontecer
Lixo é tragédia e amor pura idiotice
Gratidão não muda nada do lixo
E a dependência faz surgir o chorume
Um não diversas vezes repetido
Não há exaustão para decida negação
Uma insistência apenas para comprovar
A condição de lixo nunca mudará
Útil, algo bonito e interessante, mas
Mas ninguém ama verdadeiramente
Lixo depois só serve para ser repelido
Esse não tem uma crônica de final feliz
Tem um olhar significativo e um adeus
Tão simples gesto, tão dura verdade
O lixo não entende que é apenas lixo
Lixo só tem valor prático em abstração
Se é monetário tem fácil solução
De resto, tudo que o lixo espera é ilusão
O destino do lixo é coração em podridão