O único
Versado, e muito, na arte das trevas
Que nada tem a ver com varinhas mágicas e feitiços
Mas tem tudo a ver com escuridão e malefícios
Digo-lhe, com enorme tranquilidade
Que sua vaidade será seu fim.
Usará seu ego inflado para não se afogar
Sua certeza impenetrável como muralha
Suas condições ríspidas para reforçar
Aquilo que não se toca e não se fala
Cada uma das suas cartas na manga, expostas
Uma atrasada facada nas costas
E todo o seu reino vem abaixo.
Uma ferida aberta para cada falha
Uma navalha em prontidão para ir mais fundo
Ver-se exilado do seu próprio mundo...
Deve ser terrível.
Sofrível, no mínimo
Angustiante, no máximo
Já que não existe terremoto para você e seu palácio
Ao contrário dos seus pobres lacaios
Que são os primeiros a cair.
E quando chegar a vez de te levantar
Verá que és o único de pé.