A mulher na névoa
Há um silencio no meu coração
Depois de anos gritando ao vento
Meu vestido negro sangrento
Eis meu peito rasgado e ensanguentado
Talvez uma hemorragia interna
Que me consome e me enterra
O corpo prestes a se abandonar
Eis meus joelhos furados de pedregulhos e cacos de vidro
Meus olhos paralisados
Meus labios mudos
A névoa que me abraça mas não diz nada
Antes eu corria e brigava
Agora cansada e esgotada
Dei o meu tudo e nao recebi nada
Vazio e palavra rasa
Estou fria, muda e paralisada
Não sei a sede e a fome
Só espero a morte chamar o meu nome