PROCURA
PROCURA
Procuro algo que me dê prazer,
Prazer de VERDADE , que me invada a alma,
Que me faça sentir o que não pode ser sentido,
Que me anestesie os sentidos e eu consiga esquecer daqui ,
Que me veja de longe e contemple o meu ser,
Como alguém que brinca na beira do rio ,
Que não se preocupa com o porvir,
Ou alguém enlouquecido que não sabe onde ir,
Que na selva de pedra, não consegue se encontrar,
Não consegue lidar com as questões mais simples,
Roubaram minha alma, sequestram minha alegria e me fizeram um robô,
Programado para aceitar, o inaceitável, estou perdendo a sensibilidade,
Não consigo mais observar o detalhe que faz a beleza acontecer,
Mas só o todo , que não me deixa enxergar as nuances das cores,
O gemer das dores,
O que me dá prazer?
O que é prazer?
O velho baú na sala me convida a procurar,
Vou procurando e leio versos cartas e contos, poesias, que escrevera um dia,
Sinto vibrar na alma uma sensação que a tempo se perdera.
Entro no gozo do espírito que a carne não pode sentir, e me despeço da loucura que estava prestes a me possuir.
POLLY HUNDSON