POEMA DIFÍCIL
Queria fazer um poema
Que falasse de amigos,
Mas só se ver inimigos... perigos!
Um poema que falasse de amor,
Não apenas de dor;
Queria fazer um poema que falasse
De alegria e calmaria,
Mas só se ver ironia e hipocrisia!
Um poema que falasse de bate-papos,
Não de tristes fatos;
Queria fazer um poema que falasse
De crianças, de esperança,
Mas só se ver arrogância e ganância!
Um poema que falasse
De confiança, não de vingança;
Um poema que falasse
De minuto, de interregno
E, me faltam palavras
Para dizer o que sinto,
Pois o instante deu-me
Uma abdução na memória!
Queria fazer um poema que falasse
De coisas boas, de progresso,
Mas não se ver mais um apreço,
Coisas que desconheço,
Em meio a tanto caos e destruição!
Só se ver ambição
E nenhum ingresso para o bem!
Queria fazer um poema
Que falasse de quermesse,
Que falasse de prece, de messe,
Mas só se ver estresse!
Queria fazer um poema
Que falasse de paz,
Mas só se ver egoísmo
E, mais e mais!
Um poema que falasse
De virtude e de graça;
Queria fazer um poema
Que falasse de homens de bem,
Mas o que é do sentimento
De Fraternidade?
Só se ver maldade nos corações!
Queria fazer um poema
Com rima e métrica,
Mas pro mal do mundo
Não existe lógica certa!
*Interregno: S. m. 1. Tempo que medeia entre dois reinados. 2. Interrupção, intervalo.
*Abdução: 2. Filos. Raciocínio cuja conclusão é imperfeita e, portanto, apenas plausível. (Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre)