POEMA DIFÍCIL

Queria fazer um poema

Que falasse de amigos,

Mas só se ver inimigos... perigos!

Um poema que falasse de amor,

Não apenas de dor;

Queria fazer um poema que falasse

De alegria e calmaria,

Mas só se ver ironia e hipocrisia!

Um poema que falasse de bate-papos,

Não de tristes fatos;

Queria fazer um poema que falasse

De crianças, de esperança,

Mas só se ver arrogância e ganância!

Um poema que falasse

De confiança, não de vingança;

Um poema que falasse

De minuto, de interregno

E, me faltam palavras

Para dizer o que sinto,

Pois o instante deu-me

Uma abdução na memória!

Queria fazer um poema que falasse

De coisas boas, de progresso,

Mas não se ver mais um apreço,

Coisas que desconheço,

Em meio a tanto caos e destruição!

Só se ver ambição

E nenhum ingresso para o bem!

Queria fazer um poema

Que falasse de quermesse,

Que falasse de prece, de messe,

Mas só se ver estresse!

Queria fazer um poema

Que falasse de paz,

Mas só se ver egoísmo

E, mais e mais!

Um poema que falasse

De virtude e de graça;

Queria fazer um poema

Que falasse de homens de bem,

Mas o que é do sentimento

De Fraternidade?

Só se ver maldade nos corações!

Queria fazer um poema

Com rima e métrica,

Mas pro mal do mundo

Não existe lógica certa!

*Interregno: S. m. 1. Tempo que medeia entre dois reinados. 2. Interrupção, intervalo.

*Abdução: 2. Filos. Raciocínio cuja conclusão é imperfeita e, portanto, apenas plausível. (Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre)

Francisco Ohannah Oleanna Osannah Galdino
Enviado por Francisco Ohannah Oleanna Osannah Galdino em 17/04/2023
Código do texto: T7765784
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