ALAMEDA DAS DESILUSÕES
Na volta pra casa, errei o caminho,
lugar estranho , nunca vi...
As árvores ladeavam a rua,
todas tão alinhadas,
parecendo pelotão de honra.
Casa bonitas, jardins cuidados,
mas, no ar uma tristeza inquieta.
Um buquê no lixeiro, um bilhete,
anunciam o romance desfeito.
Uma mulher fuma na varanda,
com o olhar provocando o infinito,
talvez procurando sem saber onde,
o que sempre esteve dentro de casa.
Um velho com roupa militar,
medalhas triunfantes no peito,
conta com grande entusiasmo,
suas glórias passadas,
para um canto vazio, sem plateia.
Alguém bate em um cão,
por ter escavado o jardim,
quem sabe se a intenção,
não era plantar uma nova flor.
Um vento sopra com força,
levando montes de folhas caídas...
No fim da rua, faço uma prece,
pra que o vento com força carregue,
a tristeza daquele lugar.
E uma chuva forte, de esperança e alegria,
caia sobre quem precisar.