Ondas
O mar veio,
arrancando meus desenhos
gravados na areia.
Meu castelo derreteu,
e lá se foi toda brincadeira.
O mar espumou-se
e não disse nada.
Eu gritei com ele,
(os menores sempre gritam)
e as ondas sugaram
minha voz.
Marola na garganta,
engasguei.
Escorreguei cheia de sal.
Meus cabelos derramados
sujos de areia.
Fios deitados na face.
Ele boiava sobre mim,
e eu engolia gritos.
Meus cabelos sujos,
meu castelo destruído,
E o mar, o que fazia?
Ele ondulava-se,
vinha acariciar-me,
e apagava meus sonhos
de areia.