A CRUZ QUE MUITOS CARREGAM

A cruz que muitos carregam

Incluam-me também neste rol

Em labutas suores entregam

Experimentados debaixo do sol.

Muitas vezes o flagelo na face

Na expectativa de consolação

Mesmo assim faz um disfarce

E um sorriso mata a dissolução.

E o peso, a dor, e o cansaço

As chagas abertas sorrateiras

Cruéis verdades tornadas laço

Insistem por serem derradeiras.

A via dolorosa até ao destino

Flores e ramos pelo caminho

Espalha-se povo clandestino

A presa era livre passarinho.

Do querer por união que dure

Do prazer satisfatório e nosso

Sem que o nosso fogo perdure

E queime tudo o que é vosso.

Ao fim determinado e vencido

Sendo pregado na cruz erigida

O espírito se liberta convencido

Do sofrimento descabido à vida.

Erimar Lopes
Enviado por Erimar Lopes em 27/03/2023
Código do texto: T7750359
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