A MESMA MÃO QUE AFAGA É ÁSPERA

A mesma mão que afaga é áspera

O veludo perdeu o toque da maciez

A mesma fonte doce se fez amarga

Em virtude de descontrolada altivez.

Amoroso coração que se empedernia

Antes era lindo vê-la dormindo com jeito

Em meus braços tal criança que parecia

Daquelas pequenas que ainda usam o peito.

Mas depois de um tempo se apartou

Logo a dureza no trato se instalou

A mão carinhosa de um todo partiu

E a aspereza em tudo então surgiu

Na mão aveludada que a maciez perdeu

Trazendo um amargo que nunca se viu.

Erimar Lopes
Enviado por Erimar Lopes em 22/03/2023
Código do texto: T7746412
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