Por tudo que não se desprende

Lembro que fiz um contrato para os meus demônios,

uma sociedade bem estabelecida fruto dos meus devaneios.

Usei um papel belíssimo e timbrado,

cravei nele os desejos que há muito havia largado.

e ainda assim...

Não foi o sucifiente...

eles agora trabalham comigo e não é o suficiente,

não me ofendem e não é o suficiente,

me avisam e não é o suficiente,

me obrigam a pensar e não é o suficiente,

dormir com eles não é o suficiente,

dançar com eles não é o suficiente,

não há nada de errado com eles e eu continuo não sendo o suficiente.

Não existe ex usuário,

aparentemente

nem ex depressivo,

já que o vazio pelo meu peito se estende.

A Aristocrata
Enviado por A Aristocrata em 18/02/2023
Código do texto: T7722573
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