Calvário de um vampiro
Noite,hora da loucura e da volúpia
santuário dos morcegos insones
realizando suas façanhas dúbias
e de névoa alimentando suas fomes!
E com a podridão de seus movimentos
insalubram a Cortina dos sonhos,
reinterpretam o véu e seus astrais casamentos,
a Madrugada são só pesadelos,tristes e enfadonhos...
Olhando a abóboda nevoenta
vejo que a Lua me nota
só não se compadece desse morcego de tez macilenta
ou lhe ensina uma menos dorida Rota.
O espaço-tempo de minha santidade
está tão longe e perdido do meu ser
que apenas com a parte pertencente a humanidade
é que posso contar e deixar minha aura desvanecer...
Madrugada,hora da febre e da loucura
hora em que se ouve os passos do Vil
e na antropofagia de tal Miséria
sou antes pálido e rubro que viril!
Noite,hora do silêncio e do dormir
Mãe de formas sós e encabuladas
desejei tanto fugir de tristezas,de outra forma existir
que ao me tornar morcego até minhas mágoas ficaram aladas!