Jasmim-da-noite

Destino que, tão lúgubre

Dobra-me e desdobra-me

Como caem os grãos de areia

Dentro da ampulheta

Sempre cadenciado

Sempre ritmado

Sem parar

Destino que a mim foi imputado

Mas que o quero negar

Porém, como caem as folhas das árvores, e

Como sempre cairá a chuva dos céus

Caio eu também

Na inevitável ilusão

Na inquebrável roda do destino

Giro eu,

Gira você

Presos no carrossel

Impossibilitados de parar

Era para ser tudo diferente

Dessa vez eu deveria ser melhor

Mas sou o mesmo resto de gente

Valendo menos do que o pó...

É triste!

Triste, e

Dói demais.

Rosa de Almeida
Enviado por Rosa de Almeida em 09/02/2023
Código do texto: T7715423
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