Ao Amanhecer
A Dor permeia de maneira tal
A luz sinistra do meu passo torto;
Que eu carrego o passarinho morto
Da esperança no meu embornal!
Ó minha alma! O teu desconforto;
É de uma angústia que não tem final!
Navegas triste sem alçar teu Porto
Por entre trevas que não têm Fanal!
Em minha face não há mais sorriso,
Perco-me em Dor; me oriento na Desgraça...
Nenhuma luz a clarear o chão que piso!
À noite durmo, acalmando meu Sofrer,
Mas quando o sol me aparece na vidraça
Vem a Tristeza o coração me Escurecer!