A Elegia de Antenor
No interno frio do inverno de Sicupira
que engoliu mentiras,
a tarde se desenhou tranquila e melancólica.
O coração amargurado de Antenor,
se contorcia em dor
nas gentis nevascas.
A magia solene de sua amada Helena
tingia o crepúsculo de seu amargor.
Seu Antenor Sicupira,
que, hoje, chora e atira
balas de festim, que voam
aos céus e refletem as feridas de seu coração.
Nas florestas gélidas do coração de seu Sicupira,
que um dia dançou alegre ao som das liras,
renovam-se o brilho das loucuras
e as sandices da melancolia, onde residem
férteis e incontáveis amores quebrados.
Antenor Sicupira,
a morte lhe trouxe uma lira,
pois, vomite as mentiras
que despejaram em sua pira.
Antenor, Antenor, homem de dor,
Sicupira, Sicupira, ele já não mais se vira,
ele se aquece com o inverno interno de seu inferno interno.
Antenor, Antenor, o mundo não é uma flor...