INSANIDADE

Está ventando forte lá fora!

Há uma chuva densa que arrasa toda sequidão

Eu ponho o rosto bem longe de mim, para me ver sem demora

Eu lisonjeio o desgosto de tudo que gostou meu coração!

Está nevando no interior das minhas chamas!

Há uma paz agressora, que recheia de vazio minhas lacunas

Sou um braço que resgata e sou outro que me empurra às minhas lamas

Sou a lava repleta de cinzas, que se atenua em minhas dunas!

Está trêmulo o chão de meu passado!

Minhas torres gêmeas colidiram com um avião parado

Sou o futuro que me remete ao meu mais triste atentado

Sou o dedo em riste que me acusa da ausência desse pecado!

Está coberto de flores o meu coração!

Vou nadando na subida das águas que se acham despencando

Vou moldando o inesperado, me rendendo à minha inspiração

Vou matando minha sanidade...me matando...te amando!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 08/12/2007
Reeditado em 03/01/2012
Código do texto: T770294
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