INSANIDADE
Está ventando forte lá fora!
Há uma chuva densa que arrasa toda sequidão
Eu ponho o rosto bem longe de mim, para me ver sem demora
Eu lisonjeio o desgosto de tudo que gostou meu coração!
Está nevando no interior das minhas chamas!
Há uma paz agressora, que recheia de vazio minhas lacunas
Sou um braço que resgata e sou outro que me empurra às minhas lamas
Sou a lava repleta de cinzas, que se atenua em minhas dunas!
Está trêmulo o chão de meu passado!
Minhas torres gêmeas colidiram com um avião parado
Sou o futuro que me remete ao meu mais triste atentado
Sou o dedo em riste que me acusa da ausência desse pecado!
Está coberto de flores o meu coração!
Vou nadando na subida das águas que se acham despencando
Vou moldando o inesperado, me rendendo à minha inspiração
Vou matando minha sanidade...me matando...te amando!