Yanomamis
São tantas lutas,
Tanta tortura,
Destroem a Terra,
Mata ao chão,
Que tem minério,
Destroem o rio,
Morte e mistério,
E traz doença,
Morrem os mais novos,
Também os velhos,
Bichos afugentam,
Deuses se calam,
Dinheiro manda,
Constrói império.
Uma cegueira,
Sem cura,
Contada em centenas.
Ontem um espelho,
Hoje a força do dinheiro,
Ou poder de uma caneta.
O canto se cala,
Maraca em silêncio,
A alma sumiu,
Os peixes não sobem,
Da água não se bebe,
Há mercúrio no Rio.
E todos se calam,
Espécie em extinção,
Originais do Brasil,
É morte da história,
Também de cultura.
Aqui me pergunto,
Quem são os primatas?
Quem são os bravios?
Tupã,
Jaci,
Guaraci,
Iara,
Kaianumaka,
Picê,
Reúnam-se todos os deuses,
E lutem contra o que não se vê,
Agoniza um povo doente,
Não deixe-o desaparecer.