você escreve de uma maneira tão sublime
posso ouvir sua voz sussurrando ao pé de meu
ouvido
as tragédias na capa do jornal
enquanto bebo meu café.
vamos tragar mais uma vez
nossas próprias dores;
as dores que ninguém ouve
as febres que ninguém sente
as feridas que ninguém vê.
vamos largar esse fogo
aleijado;
vamos largar os sonhos
quentes;
vamos largar as ruas
cheias de sangue;
sangue pobre
sangue LGBT
sangue preto
sangue indígena.
o amanhã está distante,
e você não vai agarrar as estrelas.