OS SONHOS DE MARIA
Maria se punha a pensar
Que era estrela do céu,
Outras vezes flor de papel,
Ou pequena estrela-do-mar.
De quem era se esqueceu...
Corria para alçar vôo
O pássaro que as asas perdeu.
O grito cortante em rebôo
Chegava às areias da praia
Onde se punha docemente a ninar
O filho, coberto pela saia,
Que um dia lhe tirou o mar.
Em pérgula da imaginação
Sentava-se com seu menino,
Aconchegando-o ao coração
Sussurrava: - “meu pequenino”
Em farândolas de brincadeiras,
Pela dura areia molhada,
Cantava infantis cirandeiras
Essa mulher malfadada.
Em coro de canção desesperada,
Vindo de criação tecnológica
Terminaram os sonhos numa freada,
Levando, numa ação lógica,
Maria para o jardim do céu,
Guiada pela mão do nino.
Não mais será flor de papel,
Virou um astro feminino
Todas as noites a brilhar
Entre os de imensa grandeza
Simbolizando a força de amar
Que a mulher traz com nobreza.
10/02/05.