- a vez e a voz da (s) oprimida (s)
por que comigo?
foi a pergunta que fiz
sem ser respondida.
tantas mulheres por aí
e o embuste cisma comigo,
já deixei claro que não.
há muito tempo declarei
que não haveria chances
joguei limpo e bem sei.
a frágil masculinidade
desacostumada ao não
teria o sim a qualquer custo.
o sim com ares de não
para inflar o maldito ego
desafiada foi a insistência.
o amor não compete
está na arquibancada
a torcer por quem ama.
o amor não difama
o sentimento é sagrado
correspondido ou não.
por que comigo?
nunca consegui atinar
nem o tempo fez superar.
o não que eu disse
custou caro para mim
a vingança não cessa.
não basta apenas jogar sujo,
exposições, manipulações,
calúnias e difamações.
ele era muito apaixonado
pelo próprio personagem
apaixonado por sempre ser
o dono da moral e da razão
que me convencia a aceitar
muito menos do que merecia.
louca ainda era elogio
comparado ao que ouvi
em todos aqueles surtos.
louca por desejar ser livre
louca por querer fugir
enquanto forças me restassem.
a amizade machucava
a presença sufocava
afeto jamais se impõe.
tanto tempo perdido
no intento de me ferir
só porque ouviu um não.
se a verdade liberta
por que ele tratou
a verdade como mentira?
duvidosa do próprio caráter
sob a liberdade vigiada
do grande ditador canalha.
anseios deveras ignorados
eu existia para caber
naquelas injustas expectativas.
haveria consideração
se bem antes houvesse
empatia e respeito
só havia opressão
o tal do pisar em ovos
pode o amor nascer assim?
não há amor que resista
até o amor mais puro fenece
quando o ódio o usurpa.
por que comigo?
deixar ir não seria melhor?
nunca tive resposta.
- a vez e a voz da (s) oprimida (s)