Complacente

E nada fica

Nem anéis ou dedos

Se sobrasse haveria esperança

Ou vaga lembrança do que se foi um dia.

Não me entenda mal, não significa, que esta perdido, significa só o que significa, o fim.

Nem todo fim, é triste, é o que é porque assim deve ser.

Aqui estamos, falando do breve momento, enquanto, há todo resto em nossa volta.

O luto é amargo, mas não intragável, continuaremos , porque não há outro jeito.

Se houvesse, alguém nos contaria e se não contasse, quanto egoísta essa pessoa seria, em guardar a ausência da dor só pra si. Enquanto não se revela, aguardo, me aguardo.

E o fim que veio, também foi embora, com seus outros fins, que nada temiam a minha ausência, complacente, contemplei de olhos marejados, uma criança antiga.

Fui me, não me despedi, como manda o decoro, mas fui mais eu na partida, que em toda minha vida. Morri com ela e aquela aquarela, nos finalmentes, ficou mais cinza.

Paulo Alcides
Enviado por Paulo Alcides em 19/12/2022
Código do texto: T7675104
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