NADA MAIS A FAZER
Nessa vida de sofrimento,
Nunca tive um alívio,
A todo momento um tormento,
Um descanso eu preciso.
E a tensão está presente,
Até nos mínimos detalhes,
Nem amar eu consigo,
E esse é o menor dos males.
Já nem sei do último sorriso,
Se é que ele existiu um dia.
Minha cara é sisuda,
Meu semblante é frio.
E não vejo luz alguma,
Tudo em mim é escuro,
Minha roupa preta de todo dia
É meu grande luto.
E eu luto toda hora,
Do nascer ao fim do dia,
Uma luta tão inglória,
Me mata essa teimosia...
Nada mais há a fazer,
A não ser esperar a morte,
Mas que morte, se já morri?
Amarga essa minha falta de sorte.
E pelas esquinas vou me jogando,
Em qualquer canto desse mundo,
Meu corpo vai definhando
Em meio a tantos absurdos...