DEPRESSÃO

Uma dor indescritível assola meu peito.

A depressão voltou, forte.

Desta vez, os medicamentos não a conteram.

Não sou sujeito fraco, lido bem com a dor, mas não com esta.

Vulcão fumegante, lavas revoltas abrasam o centro de meu ser.

Não há pra onde ir, não há como se esconder, não há como impedir.

Subjugado, contorço-me sob os lençóis de minha cama.

Abundantes lágrimas misturam-se aos urros desprovidos de causa racional.

Resta-me apenas esperar, e rezar, e implorar, e tentar mais uma vez o inexorável superar.

Não percebo mais o tempo, a eternidade se apossa de meu ser.

Sem mais raciocinar, anulado, atordoado, imploro para morrer.

Talvez tenha sido atendido, e esteja defronte aos meus pecados, agonizando, sem saber.

Perco meus sentidos em meio a agônicos gemidos.

Mais uma crise. Mais um dia. Sobrevivi.

Até quando?

Rafael Lengruber
Enviado por Rafael Lengruber em 25/11/2022
Reeditado em 31/12/2022
Código do texto: T7657792
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