DEPRESSÃO
Uma dor indescritível assola meu peito.
A depressão voltou, forte.
Desta vez, os medicamentos não a conteram.
Não sou sujeito fraco, lido bem com a dor, mas não com esta.
Vulcão fumegante, lavas revoltas abrasam o centro de meu ser.
Não há pra onde ir, não há como se esconder, não há como impedir.
Subjugado, contorço-me sob os lençóis de minha cama.
Abundantes lágrimas misturam-se aos urros desprovidos de causa racional.
Resta-me apenas esperar, e rezar, e implorar, e tentar mais uma vez o inexorável superar.
Não percebo mais o tempo, a eternidade se apossa de meu ser.
Sem mais raciocinar, anulado, atordoado, imploro para morrer.
Talvez tenha sido atendido, e esteja defronte aos meus pecados, agonizando, sem saber.
Perco meus sentidos em meio a agônicos gemidos.
Mais uma crise. Mais um dia. Sobrevivi.
Até quando?