MEUS MEDOS

MEUS MEDOS

Paulo Gondim

07/07/07

Todos os meus medos sempre foram assim

Grandes, imensos, trágicos, insuperáveis

Independente da idade.

Foi assim quando criança

Passei por toda a infância

Nessa dura crueldade

Tornei-me jovem, me fiz forte

Achei que tudo mudaria

Meu temor terminaria

Adulto estou, nada mudou

Meus medos continuam

Como sentinelas, postos

Um a um a me espreitarem

Não me deixam, não descansam

Prontos a me vigiarem

E continuam do mesmo tamanho

Medos simples, estranhos

Sempre os mesmos medos

A me enclausurar a alma

Que me faz perder a calma

Nessa angústia incontida

De estar sempre aflito

Medo de mim, medo da vida

E meus medos me seguem

Como parte de mim

Vejo-os sempre, como visagem

Como fantasmas, vultos

Como sombras em minha viagem

Paulo Gondim
Enviado por Paulo Gondim em 05/12/2007
Código do texto: T765197
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