SÚPLICA

Mudaram tudo e, nada me avisaram.

Depois, me deixaram sozinha.

Num poço profundo me abandonaram

E, o que sinto ninguém adivinha.

Mas, também a quem importa?

Ando só em meio à multidão

E, não há nada além daquela porta,

talvez, que mais decepção.

E, se ainda sou humana nesse momento

é mera circunstância...

Porque apesar de tudo, sou pensamento

que é minha única substância.

Assim, penso... Penso e, sonho.

Tiro tudo do lugar

e, ainda suponho

que possa revolucionar.

Loucura, ingenuidade...

Como não vejo que é impossível?

Como superar tanta fragilidade?!

Se eu sei que não sou infalível...

Ninguém teve piedade de mim,

porque nos outros devo pensar?

Sei que preciso dar um basta enfim.

Então, até quando vou me acovardar?

Meu Deus! Quando isso vai ter fim?

Como curar essa ferida,

sem ninguém prejudicar assim?

Devo então, desistir da vida?!

Pois por não suportar mais essa tortura,

essa maluca então, se atreve

em meio a lágrimas de carinho e, ternura,

suplicar-te... Pai, me leve!