Desmanche em avalanche

Será que ainda mereço

Mais um sorriso seu

Mesmo que seus lábios

Estejam borrados

Por conta das lágrimas

Que eu provoquei?

Será que está

Disposta a ouvir

Minhas palavras

Mesmo que eu tenha

Ignorado as suas?

Mereço ouvir

Mais uma risada sua

Mesmo dando-lhe motivos

Para não rir?

Neguei ser

A sua companhia

Quando você precisava

Acalmar o seu terror

Interior

Agora percebo

Que preciso da sua presença

Para acalmar o meu

Senti uma felicidade

Ao proferir meu adeus

À sua pessoa

Às nossas lembranças

Ao nosso laço

Derrubei a arquitetura

Do nosso vínculo

Enquanto gargalhava de alívio

Fechei-me dentro

De muralhas

Somente após

O trespasse do muro

Por meio do seu perdão

Me fez olhar para dentro

E observar a miséria

Invisível ao coração, sumir

E a felicidade, antes translúcida

Reverberar feito música

Tornando-se palpável

A lágrima

Salgada

Salga

A tinta no papel

Enquanto escrevo este poema

E a tintura da saudade

Preenche meu coração

Ao lembrar o seu nome

Mesmo ausente e distante

Meus lábios anseiam

Em chamá-lo

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 11/11/2022
Código do texto: T7647296
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