Ansiedade
O pulso fica acelerado
o pensamento fica desgovernado
eu durmo e acordo numa atividade incançável
meu coração bate numa força estrondosa e inabalável
eu preciso de um alívio imediato
tão desnorteada dentro de mim que desperdiço cada ato
na história da minha vida, por entre os versos, fico vagueando
olho para todos os lados tentando me encontrar conforme ando
isso é uma espécie de prisão sem saída
e dentro da caótica inevitável me sinto perdida
exemplificando minha labirintite
há uma caixa gigante com coisas diversas e na tampa lê-se "evite"
quando qualquer coisa toca meu estômago ouço "vomite"
quando tento rasgar o peito e deixar vazar tudo que me aflige
há uma segunda pele de chumbo com uma placa que diz "limite"
quando me sinto bem e tento correr um monstro se ergue e ordena "não transite"
não há nada que eu faça, meu sufoco simplesmente não se transmite
esse não é um poema feliz
infelizmente o verso da esperança foi escrito com giz
e numa caminhada acelerada e ritmada
ele se apagou e eu esqueci qual era a sua estrada