Ansiedade

O pulso fica acelerado

o pensamento fica desgovernado

eu durmo e acordo numa atividade incançável

meu coração bate numa força estrondosa e inabalável

eu preciso de um alívio imediato

tão desnorteada dentro de mim que desperdiço cada ato

na história da minha vida, por entre os versos, fico vagueando

olho para todos os lados tentando me encontrar conforme ando

isso é uma espécie de prisão sem saída

e dentro da caótica inevitável me sinto perdida

exemplificando minha labirintite

há uma caixa gigante com coisas diversas e na tampa lê-se "evite"

quando qualquer coisa toca meu estômago ouço "vomite"

quando tento rasgar o peito e deixar vazar tudo que me aflige

há uma segunda pele de chumbo com uma placa que diz "limite"

quando me sinto bem e tento correr um monstro se ergue e ordena "não transite"

não há nada que eu faça, meu sufoco simplesmente não se transmite

esse não é um poema feliz

infelizmente o verso da esperança foi escrito com giz

e numa caminhada acelerada e ritmada

ele se apagou e eu esqueci qual era a sua estrada

A Aristocrata
Enviado por A Aristocrata em 31/10/2022
Reeditado em 21/11/2022
Código do texto: T7639810
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