Com ar
As lembranças surgem tão naturalmente quanto respirar
A alma está tão espremida que parece que não vai aguentar
A tristeza consome meu coração para todo o ocupar
Em versos escrevo emoções que certamente irei sepultar
Tem coisas que o tempo não vai ser capaz de apagar
A lição a ser aprendida é de nunca mais ousar confiar
Sinto-me arfando com os dois pulmões sem funcionar
Nunca mais será possível totalmente se entregar
Há tantos silêncios presos, não preparados a falar
Há tantas lágrimas vertidas, e tantas outras a derramar
Mas findarão, como tudo que existe, feito para acabar
Desejos foram lançados a ermo, perda de tempo é sonhar
O coração pode fraquejar, mas jamais poderá olvidar