Amar, infinitivo no presente,
E já não sei de que lado
Está a dormir o passado
Ou a dormitar o futuro.
Um tempo que nunca foi meu,
Só ele vive enquanto eu morro.
Eu guardo dentro da palavra
A forma-pensamento da dor,
Um grito mudo; na leveza
Do verso mora esse absurdo.
A poesia é que me traz o frescor
Da vida mal dormida, anoitecida.
Pouco importa, nada importa,
O dia não nasce, ele é morto
Sem ser passado, todo dia é ontem.
Gabriel's Oboe - Choreography Judy King (Dança Circular Sagrada)